sábado, 3 de setembro de 2011
domingo, 21 de agosto de 2011
Ninguém sabe
sábado, 20 de agosto de 2011
Danse
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Sobre pesadelos e loucuras.
domingo, 26 de junho de 2011
Ana
Ela gostava de olhar o mar. Talvez porque tivesse o mar no próprio nome, era como se fosse parte de si. Soava até bonito “mar e Ana”. Óbvio que ia nascer assim, inconstante. Não era uma, era duas; era o mar, era Ana. Ana é a calma, a glória, a graça e a senhoria. Mar é a ressaca, a revolta, a preamar, a maré cheia de ilusões, o mar de Sizígia bailando ao gosto da lua.
Ana era cal[mar]ia. Os olhos de um negrume intenso, olhos de um besouro voador. Voar? Não, mar não voa, nada. Nada mesmo. Até agora era o que sentia ser: um mar de nada. Faltava-lhe, vez em quando, competência até para a loucura. Os cabelos de um negrume intenso à moda do olhar, embora despontassem – como que desorientados – fios d’ouro amarelo. Ana era de maresia. A pele de um negrume não tão intenso, mas ainda assim negrume. A pretidão em pessoa, o Mar Negro prosopopeiado.
Ana falava e a palavra saia veneno, escrevia e a palavra saia veneno – não porque quisesse, mas porque só sabia assim. Despejava mares de lodo ao seu redor. Não sabia ser água doce, rio não conhecia, só sabia de mar.
Ana era velha, carcomida, de época longe daqui. Vira Ártemis verter por orgulho o sangue do amado Órion, tingindo de vermelho as brumas de Ana. Vira a ira de Posêidon contra Jasão, afogara Gonçalves Dias por puro ciúme da terra, que o poeta amava mais que o mar. Sepultara muitos soldados, rindo-se lasciva das viúvas que ficaram, gloriosa por enterrar para sempre em seu seio os homens de outras.
Ana era salgada. Seu beijo, sua pele, sua flor, tudo era sal. Quanto desse sal era lágrimas de Portugal ela não sabia dizer, mas ria-se assim mesmo, pois quanto mais bebiam dela – ou nela -, mais tinham sede e Ana também era insaciável, então enquanto houvesse quem tomasse haveria quem desse.
Ana já morreu faz tempo, mas continuou por aqui matando também quem fosse insensato o suficiente pra desejar unir-se a ela. Ana é metáfora de amor de alucinação, de amor alucinado, de amor de gente besta, de amor de gente que deseja, esperneia, luta e acaba por naufragar em praias outras. Vai ver nem amor Ana é.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Notas VIII
sábado, 14 de maio de 2011
Notas VII
sábado, 30 de abril de 2011
Você sabe que é pra você II
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Ironias de la vida
sexta-feira, 1 de abril de 2011
sábado, 5 de março de 2011
Um amor de Carnaval. Quem não tem?
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Sobre um sonho
domingo, 13 de fevereiro de 2011
À espera de um desastre
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Notas VII
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Pseudo ultra-românticos
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Faticamente
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Notas VI
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Sangue frio
Ouve
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
De onde os diamantes vêm
Dela fazia parte um casal muito feliz Itagibá e Potira. Itagibá, que significa braço forte, era um guerreiro robusto e destemido Potira, cujo nome quer dizer flor, era uma índia jovem e formosa.
Vivia o casal tranquilo e venturoso, quando rebentou uma guerra contra uma tribo vizinha. Itajibá teve de partir para a luta. E foi com profundo pesar que se despediu da esposa querida e acompanhou os outros guerreiros.
Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu, com os olhos cheios de tristeza, a canoa que conduzia o esposo, até que a mesma desapareceu na curva do rio.
Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse à taba. Todas as tardes a índia esperava, à margem do rio, o regresso do esposo amado.
Seu coração sangrava de saudade. Mas permanecia serena e confiante, na esperança que Itagibá voltaria à taba.
Finalmente, Potira foi informada que seu esposo jamais regressaria. Ele havia morrido como um herói, lutando contra o inimigo.
Ao ter essa notícia, Potira perdeu a calma que mantivera até então e derramou lágrimas copiosas.
Vencida pelo sofrimento, Potira passou o resto de sua vida, à beira do rio, chorando sem cessar.
Suas lágrimas puras e brilhantes misturaram-se com as areias brancas do rio.
A dor imensa da índia impressionou Tupã, o rei dos deuses. E este, para perpetuar a lembrança do grande amor de Potira, transformou suas lágrimas em diamantes.
Daí a razão pela qual os diamantes são encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos. Seu brilho e sua pureza recordam as lágrimas de saudade da infeliz Potira. "
(Lendas e Mitos do Brasil, Theobaldo M. Santos
domingo, 23 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Oi, 21
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
E ainda estamos em Janeiro...
domingo, 16 de janeiro de 2011
Esquece, Mari
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Cansaço
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Meu amigo andarilho
sábado, 8 de janeiro de 2011
Eu entro em pânico
Sabe aquele programa dominical que faz o maior sucesso entre os “jovens” de hoje? Aquele, com algumas poucas tiradas boas, algumas muitas piadas toscas, e algumas toneladas de mulheres faltando explodir de tanto silicone? Pois é. Além de encher a cabecinha de pré-adolescentes e adolescentes aspirantes a bestinhas com bordões sem sentido ( “aaaaah muleeeeeke!”) e realizar a intrépida tarefa de propagar “cultura-lixo” (ou alguém aí ainda agüenta ouvir Papanamericano?), a trupe domingueira sofreu metástase e hoje estampa sua “idiotologia” – tô falando, o Houaiss tem que me contratar – em camisetas por aí. Legal, né? Não.
Passa um cara e eu leio: “GG” – setinha apontando pro baixo ventre. “Ah, agooora siiim me senti tentada a compartilhar gametas com você’. Fala sério, companheiro, pra precisar de tanta propaganda e alarde assim, o negoço só pode ser deste tamanhicozinho, ó! Passa outro, “Faça sexo com segurança”, vira de costas, “Segurança”. “Hhahahahhahahaha morri de rir. Dá licença que vou binlí um minutinho , ok? Retardado”. Lá vem mais outro, gente: “Salva lindas”. “Aaaaai que filho ingrato! Quer dizer então que tu deixaria a própria mãe se afogar? Tsc tsc tsc.”
Se eu vejo um guri de dez anos usando uma coisa dessas, eu penso “É, né, gente, tadinho. Nunca pegou uma mulher...”. Se eu vejo um moleque de 18 anos usando uma coisa dessas, eu penso “Credo, ecate, esse aí só deve pensar em pegar mulher.”. Mas se eu vejo um cara de mais de quarenta usando uma coisa dessas, aí o caso é sério – “Socoooorro, vovó, um pedófilo!”. Ou pior! Um tiozão querendo pegar menininha. Esses, meu bem, nem God salva.
Quando, quaaaaando, pelo amor de Dadá, os humanóides vão se tocar que este tipo de vestimenta só serve pra identificar um grupo de pessoas: os que apresentam a necessidade – quase que patológica – de serem identificados. Essas camisetas têm toda razão em serem do “Pânico”. Eu mesma entro em pânico e saio correndo quando vejo um troço desses. Então, meninos – e meninas, porque eu sei que agora tem uma linha feminina, também – fiquem alerta e tomem cuidado. Se você é bestinha, pelo menos não saia alardeando isso pra quem puder ver, ok?
p.s: se você é da “Família Pânico”, eu tenho twitter. Vai, me xinga muuuito, quem sabe eu vire Trending Topic!
p.s 2: “Este é um blog independente e todo o conteúdo apresentado é de responsabilidade de seus idealizadores”. Ok? Então se você usa camiseta do Pânico e não é bestinha, parabéns. Mas eu vou pensar que é. E você não deve se importar com a minha opinião, veja bem.
p.s 3: Eu odeio a palavra “pegar” quando usada no sentido exposto no texto. Mas convenhamos, “namorar”, “paquerar”, não combinavam. Homem que namora mulher não chega com “SEXO” estampado no peito. Ou você, menina, apresentaria pro seu pai alguém vestido assim?
p.s 4: e não se iluda. Você não vai parecer diferente da manada ao usar uma camisa “engraçada” dessas. Vai ser só mais um dos milhares de “uns” que tiveram a mesma idéia que você. Acorda, um zilhão de gente tem camisetas iguaizinhas a esta, vissse?