sexta-feira, 26 de março de 2010

Coisas que eu tive a felicidade (ou não) de aprender "na marra"

  • Nem todo mundo que pede os seus conselhos os quer de verdade;
  • Deixar pra fazer alguma coisa “daqui a pouco” é equivalente a não fazer;
  • A sua pressa é indiretamente proporcional à do resto do mundo;
  • Os melhores, mais perfeitos e mais infalíveis planos de ação podem se desfazer em milésimos de segundo na hora do “vamos ver”;
  • Todo mundo é corajoso na frente do espelho ou quando o seu inimigo é uma árvore, um boneco, ou uma fotografia;
  • É muitíssimo perigoso testar o limite da compreensão alheia;
  • As coisas ficam muito mais fáceis quando você começa a aceitar que sim, você não é, nem de longe, o ideal que as pessoas esperavam;
  • O jogo realmente só termina quando acaba;
  • Os seres humanos têm uma capacidade enorme de destruir em segundos, meses de seu próprio esforço;

quarta-feira, 24 de março de 2010

Na beira da Terra


"Quando os problemas chegam e eu não consigo achar uma solução, simplesmente pego uma estrada que me leve até a beira da Terra. Chego lá, sento no chão, balanço meus pés no infinito, sentindo o nada lá embaixo. Olho à minha volta e contemplo as estrelas ao meu redor, umas nascendo, outras morrendo, tudo acontecendo muito tempo atrás - quando elas nascem para mim, de certo que já nasceram bem antes, e quando morrem para mim, já não existem há séculos. Vejo cometas passando, galáxias se expandindo, quasares bailando no espaço.

Lá eu reflito e tento compreender a minha pequenez apenas olhando para o infinito; lá, até o maior dos asteróides pode se sentir sozinho. E quando o dia acaba, digo 'até logo' para Órion, sacudo a poeira de estrelas do cabelo, e volto para casa, Certa de que sempre haverá algo bem maior do que os problemas que os humanos criaram para si...

Nem faz tanto tempo assim... Ainda ontem balancei meus pés no infinito..."


domingo, 21 de março de 2010

Ganhando uma estrelinha

A vida é feita de mudanças. Piegas, eu sei, mas é a mais pura verdade. Não dá pra querer ser criança pra sempre, algum dia a gente precisa começar a largar a cauda de girino. O fato de ter 16 anos, ser jovem e sem rugas não é garantia nenhuma de felicidade (sei lá, mas mesmo assim algo me diz que o sorriso em nosso rosto deveria ser maior...).

Se você leva uma “porrada” e consegue a proeza de se manter inteiro, lúcido, então você ganha uma estrelinha no boletim, sobe um nível na escala evolutiva da sua consciência. Bom, eu acho que ganhei a minha estrelinha. No começo você fica tonto, o problema parece ser grande demais, parece querer sugar todas as suas forças. O que precisa ser feito é achar algo que, apesar de tudo, não esteja revirando, algo que ainda esteja parado, algo que seja fixo; então você poderá se apoiar lá e subir até deixar somente os escombros e o seu exoesqueleto antigo lá embaixo.

Não vou dizer que é bom, que não vai doer, que vai ficar tudo bem. Talvez não fique e coisas possam ser irremediavelmente quebradas pelo caminho. Pelo menos comigo foi assim... Eu chorei, não dormi, quis largar tudo, "chutar o balde". É, mas então eu parei de drama e abri os olhos. O mundo à minha volta continuava inteiro. A diferença é que agora eu ganhei um par de olhos novos, eu ganhei asas, eu virei mais humana...

"E não me importa o passado... Eu ainda estou aqui."

quinta-feira, 18 de março de 2010

Nosso circo de horrores


Que os seres humanos sempre tiveram verdadeira atração e gosto pela tragédia – alheia, que fique claro – é fato. O que vemos hoje é a mais pura demonstração de tal sentimento: tais desventuras são vendidas por jornalecos ao preço de R$0,25, folhetins estes que, caso sejam amassados, jorram sangue, caso sejam sacudidos, despejam balas. O assassinato, estupro, seqüestro, roubo é sempre a manchete, deixando claro quem é (ou quem são) a(s) estrela(s) do dia. O que mais me incomoda – intriga, na verdade – é a frieza com que os mais horrorosos casos são apresentados: “Fulano da Silva foi morto ontem com três balaços no rosto”. Balaços??? A criatura levou três tiros, “pelamordedeus”! Por mais incriminada que seja, certamente há alguém chorando por sua morte, certamente há uma mãe em casa lamentando-se pelo seu filho. Quem sabe um pouco mais de respeito não só ao ser - humano, mas à vida seja necessário.

As tragédias viraram espetáculo, fatos que nos despertam de nossa modorrenta vida cotidiana e nos dão algo sobre o quê “matraquear” na porta da rua. Eis que temos nosso próprio circo de horrores! Perceba, leitor, eu não critico apenas os tais jornalecos acima citados, afinal, temos em nosso país direito de liberdade de imprensa assegurado pela Constituição. É óbvio, todavia, que ninguém ficará falando ao vento; se há jornais, é porque há quem os leia. Alguém lucra com seu choro, alguém lucra com a sua curiosidade funesta, alguém lucra com o seu interesse pela desgraça alheia.

Enquanto acendemos nossas velas para os Darios da vida, torcemos para que não sejamos os próximos – “ai minha filha, bate na madeira!” – nessa roleta russa cotidiana.

Como já dizia Renato Russo:

"É sangue mesmo, não é mertiolate."
E todos querem ver
E comentar a novidade.

"Ó tão emocionante um acidente de verdade."
Estão todos satisfeitos
Com o sucesso do desastre

P.S: Leia também "Uma vela para Dario" (Só os melhores)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sobre sábados




Eu sinceramente estou querendo saber “qual é” a dos sábados. Ao que parece, eles começaram a me perseguir, cada um me reservando uma surpresa diferente. Não, eu não estou sendo pessimista ou coisa parecida. Só estou tentando entender o que foi que disparou essa fúria “sabadológica” pra cima de mim. Para provar que não estou sendo exagerada, leiam só o meu relato e tirem suas próprias conclusões

I – Sabe, o dia tinha até começado bem. Fui para a escola, assisti às minhas aulas, voltei para casa de ônibus com Samuel. Tudo bem até que... Meu companheiro de viagem comete a proeza de esquecer sua apostila da escola comigo. Ele simplesmente foi embora e deixou pra trás o único livro que havia trazido. Quem tiver a oportunidade de vê-la algum dia, perceberá quão facilmente a “monstra” pode ser esquecida, dado a sua leveza e singeleza. Resumo da história: fui obrigada a carregar duas compactas apostilas o resto da viagem (quem conhece o trambolho sabe bem do que eu estou falando).

*Note que apesar do desconforto, este fato isoladamente não explicaria a minha revolta. Passemos então ao próximo episódio

II – Ah! Mais um dia feliz! Pobre de mim... Às 7:30 da manhã, desço para pegar minha carona – Samuel, o mesmo do relato acima, sempre me deixa na escola.

7:30: nada de Samuel

7:35: nada ainda

7:40: “‘aimeudeus’! Samuel não vem mais.” Ligo para o celular dele, mas o garoto não atende.

7:45: “Pai, só pra avisar que eu to indo de van, tá?”

Faltavam exatamente 15 minutos para começar a minha primeira aula que, por sinal, era importantíssima: tratava da 1ª Lei de Mendel. “Caramba! Eu preciso entender o que aconteceu com aquelas ervilhas”. Fui correndo para a escola. No caminho, já preparando argumentos que pudessem convencer Edílson a me deixar subir e entrar na sala, afinal, eu não desistiria tão fácil; nem que eu implorasse para a minha mãe ligar para Diógenes e pedir que eu entrasse em sala. Eu ia SIM saber o que aconteceu com as tais ervilhas de Mendel.

Enfim, cheguei cerca de 10 minutos atrasada. Edílson não estava à vista. Subi sorrateiramente as escadas e bati à porta. Danúbio, professor bonzinho que é, permitiu que eu entrasse. Ufa!

*ah, mas se a história acabasse aqui não teria graça, não é mesmo? Continuemos

Finalmente voltando para casa. Samuel não tinha mesmo ido à escola. Quando chego, percebo que algo está diferente. Muuuuito diferente. Papai havia limpado a minha bancada e a minha estante e, como elas estavam precisando disso a um tempão, a única coisa que eu fiz foi agradecer. Eis que mamãe me dá a notícia: “Mari, teu pai jogou Mimosa fora”. Gente, eu pirei. Como assim?! Mimosa não!!!! Minha elefantinha azul, não! Ela havia feito parte da minha infância, estava comigo a uns 16 anos, eu iria deixá-la de legado aos meus netinhos!!! Minha primeira atitude foi, é claro, ir buscá-la o mais rapidamente possível. Sim, leitores, eu fui resgatá-la no lixeiro da rua.

Chegando lá, o cenário de horror se completa: não vejo Mimosa, mas vejo “trocentas” mil provas e cadernos espalhados por lá. Vocês não podem imaginar o meu estado de pânico. Passei a próxima hora em pé, no sol quente, abrindo saco de lixo por saco de lixo, pegando de volta todas as minhas provas, cadernos, livros (e daí que muitos deles eram mais velhos que eu? Aquilo era uma herança cultural), anotações, etc. No entanto, Mimosa que é bom, nada!

Saldo do dia: fama de louca pelas crianças da rua e nada para deixar de legado aos meus netinhos.

III – Pensamento positivo. A fórmula para ter um dia feliz. Este sábado seria diferente. Após a escola, minha missão era ir ajudar mamãe com a decoração de uma festinha de aniversário. Eu só precisava ir até lá e fazer algumas esculturas de balão: estrelas-do-mar, alguns peixinhos, ouriços e polvos. Coisa simples e rápida. Eu já sabia onde era a casa do evento, pois algumas semanas antes, mamãe havia me mostrado o local. Chegando lá, não vejo nenhum sinal de ocupação humana. Bato à porta, mas ninguém vem atendê-la. Então, ligo para casa e a minha irmã atende: “Marcela, cadê mamãe?” “Tá aqui, oras!” “Chama ela pra mim” “Mãe, a senhora não tinha uma decoração pra fazer hoje?” “Não, filha. Eu não te disse não? É só semana que vem” “Ah, claro. Obrigada, mãe”

Volto pra casa sinceramente empenhada em saber qual a mágica misteriosa que o sábado tem para fazer esse tipo de coisa acontecer comigo. Alguém tem uma sugestão?

domingo, 14 de março de 2010

Primeiro post

Uhuuu!!! Primeiro post do blog!!

Bom, deixa eu me apresentar.

Sempre quis ter um blog só meu. O problema é que faltava coragem e sobrava preguiça... Até que hoje, em um surto de determinação, resolvi pôr meu plano em prática e, aqui estou.

Só para constar, esse não é pra ser um blog filosófico ou com análises profundas sobre emoções e cotidiano. Quem sabe de vez em quando, em momentos de inspiração... A função dele será tornar-se uma espécie de válvula de escape – escape para quê? Hum... daqui a pouco você descobre.

Então, leia sem compromisso, ok?