quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Muda

Eu mudo a roupa, o sapato
Compro mil sapatos novos
Só não consigo mudar de você

Mudo a maquiagem
o brinco, o colar
Só não consigo mudar de você

Mudo o livro, o filme
O canal da televisão
A estação de rádio
Mas ainda não sei mudar de você

Eu mudo de assunto
De estado, de cidade
Mudo de mundo!
E só não consigo mudar de você

Mudo de amigo, de língua
De abraço, de braços
Mudo de olhares, de ares
Mudo de prosa, caio no verso
E não consigo mudar de você

Muda

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Gente como eu

" Se ele não disser 'sim' depois dessa vez, desiste, né?!" Não! Gente feita do que eu sou feita não desiste nem depois do zilionésimo "não" elevado à enésima potência. Gente como eu não joga a toalha nem por todos os "nãos" do mundo, pois se na "porragésima" tentativa der certo, a alegria que chega será suficiente para apagar todo o amargor deixado pelas anteriores.

Gente como eu, meu caro, tem muito amor gritando no peito, muito carinho escapando pelas mãos e, obviamente, nenhuma vergonha na cara ou juízo na cabeça. É, Jabour, concordo contigo, "antes idiota que infeliz".

domingo, 26 de dezembro de 2010

Notas IV

Você percebe que as coisas realmente vão mal quando se vê às três da manhã com uma jarra de suco de manga do lado, uma tigela de cereal cru e cantando uma coletânea dos maiores sucessos de Leo Magalhães, Reginaldo Rossi, Zezé de Camargo e Luciano, e Bruno e Marrone.

sábado, 25 de dezembro de 2010

"- Um anjo? Ela é mulher! E mulheres são falsas e cheias de sortilégios!"
- Que são sortilégios?
- Não sei, mas se vem delas não pode ser algo bom!"

Adaptado de "A Branca de Neve e os sete anões"

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Notas III

Ela passou do meu lado
"Oi, amor." - eu lhe falei
"Você está tão sozinha."
Ela então sorriu pra mim

Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu

Nos encontramos à noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi

Lua de prata no céu
O brilho das estrelas no chão
Tenho certeza que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava:
"O mundo pertence a nós!"

E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está

Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor?

Hoje a noite não tem luar - Legião Urbana


Renato Russo deve ter escrito essa música em alguma noite de Dezembro. Sim, porque estas noites de Dezembro têm sido tão lindas que me dão até tristeza. Ultimamente a beleza tem me entristecido. Estranho, eu sei. Coisa de quem tá criando um deserto dentro de si.

"Tu não quiseste esperar, amor, tu tiveste pressa. Mas isso não se faz com pressa, mas com calma, sereníssima. E quanto tu olhares pro céu de Dezembro, numa noite de Dezembro, e a lua de Dezembro brilhar pra ti, lembra que tem alguém que queria que tu tivesses sabido esperar por Dezembro."

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p.s: ai ai, tudo culpa do meu dedo caindo de tão podre, fazer o quê? Sempre o errado, sempre.

p.s²: alguém aí viu o eclipse do dia 21? Muito, muito lindo. E combinou com o dia, se vocês querem saber. Dia 21 é dia de eclipse no planeta Mariana.

p.s³: ODEIO escritores apaixonados. E isso me inclui.

p.p.s: Nilsãããããão! Valeu pelo melhor cd de Red Hot Chilli Peppers que eu já ouvi. Pirando muito aqui.

domingo, 19 de dezembro de 2010

CriOnça


Adiciono, não adiciono, adiciono, não adiciono.... Merda, quê que eu faço? O endereço do e-mail me olha impaciente, piscando apressando na tela do computador. "É só um clique, cuida logo!". A janelinha de "Próximo" é convidativa. Já está até azul, chamando a minha atenção. A janelinha de "Cancelar" é tão feia... Cinza e desbotada, credo! Poxa, é que ele parece ser tão legal... Quer dizer, ele diz um monte de coisa que eu penso e queria ter dito, ele escreve o que eu queria ter escrito. Ontem ele escreveu sobre a lua, e eu também escrevia sobre a lua ontem. Só que o texto dele deu certo, o meu, não. Vai ver nós escrevíamos até ao mesmo tempo. Anham, a lua tava linda mesmo ontem.

A culpa é minha. Eu é que tenho a mania besta de ficar alucinada por qualquer cara que saiba escrever "preciso" e saiba a regência do verbo "assistir". Anham, é minha culpa mesmo. Poxa, ele vai me achar tão criança... Até eu me achando criança depois dessa indecisão idiota toda. "Adiciona logo, retardada". Quer dizer, o máximo que pode acontecer é ele me achar uma nenê. Aí ele pode me bloquear e nós nunca mais precisaremos nos falar. Êêêê as maravilhas do mundo virtual! Impessoalidade é tudo! Te cuida Goethe.

Os dedos tamborilando nervosos em cima do teclado "Caramba, quê que eu faço?". Ok, considere por um momento que ele cogite a hipótese de conversar comigo. A gente tem realmente coisas em comum. Eu só não vou começar a falar aqui porque, se ele ler, vai sacar na hora e tudo o que eu NÃO quero é propaganda antecipada e gratuita. 1, 2, 3 tiro no pé BUM!

Droga, a janelinha ainda tá piscando por aqui... Quer saber, minha irmã tem razão. Eu é que sou muito dramática mesmo, cruzes! A gente não vai precisar sair nem nada, até porque eu não tenho idade pra isso ainda (hehehehe de menor passando, licença) e não gosto dos lugares que ele vai. Álcool não é comigo (embora eu admita que adoro o cheiro de álcool + penas + palha + madeira queimada das noites de São João. Cheiro único, precisam ver. Tudo bem, tem pontadas de urina pelo meio, relevem). Mas seria assim, na segurança do meu cafofo, protegida por quilômetros de distância e por mil bytes internéticos. Qualquer coisa, "opa! foi mal, a internet caiu e eu tive que mudar pro Japão, sacumé, ?".

É, se a janelinha do msn fosse um taxista, a conta já passaria dos 50 paus e eu não teria nem saído do lugar. Indecisão? Oi, tá falando com a própria. Ah quando lembro que eu pedia pra mamãe me levar num analista e ela falava que era só frescura minha... "Tá vendo, mamãe, a culpa é toda sua!".

Sabe que a gente até estudou na mesma escola? Parece essas coisas de destino, de filme da Sandra Bullock =) Se bem que se fosse pra falar de filme, eu me sentido a Jennifer Garner em "De repente 30" ¬¬ É, ele vai me achar criança. Talvez até consulte o código penal pra ver se não tem nenhuma lei a respeito de "pedo-eme-esse-ene- filia" (será que o Houaiss não quer me contratar, a propósito?). OU talvez cante "Sweet child o mine" pra mim =D. E outra coisa, como que eu explico pro meu pai esse barbudo na minha lista de contatos? Se bem que depois de ter adicionado um tio que se dá a alcunha de "o gato molhado das piscinas", papai não vai poder reclamar. Família tem cada uma, não?

Ah, quer saber, deixa pra lá. Assim como tá é legal pacas. Quem sabe daqui a uns quatro meses, quando ele não precisar mais perguntar a minha idade pra ter certeza que não corre o risco de ser preso, eu adicione. Por hora eu posso lê-lo, ver o twitter, o orkut, essas coisas. Ninguém precisa ficar sabendo =D. Quem sabe amanhã eu adicione... Me espera? E um dia eu vou crescer, sério. E prometo que não vou cantar "Baby baba" pra você = S

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P.S: alguém quer fazer esta criança feliz? Olha aí, super promoção: Quem me der o livro "A manhã seguinte sempre chega" do Gabito Nunes, ou algum título do Bukowski ou do Dostoiévski (menos "Os irmãos Karamazovi, a não ser que seja a edição de luxo, com capa dura), ganha de brinde a deliciosa sensação de fazer uma pessoa feliz. A sua boa ação deste natal =D!
Xeeeero!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Pictures







Walker

"Hoje tu disseste que não conseguia me imaginar chorando. Que eu dizia que chorava só pro meu cérebro se convencer de que eu realmente o fazia e não julgar os meus canais lacrimais meros órgãos vestigiais (com o perdão do eco). Pois bem, queria que tu me visses agora. Talvez tu até te compadecesses de mim e enxergasse a menina por trás das besteiras, risos, e declarações de amor platônico. É, eu sofro. Eu também passo noites em claro, isso não é privilégio teu, amigo. E não é uma tapeação da minha cabeça só pra eu ter o que escrever - embora funcione muito bem pra isso. Eu sofro porque perdi dois pelo preço de um; porque perdi dois tipos de amor, o do homem e o do amigo. Não te preocupa com o que o tal possa pensar de mim, ele não vem mais aqui. E mesmo assim, ele não pensaria nada, tem um cubinho de gelo fazendo as vezes de coração. Pena que a gente não pode fazer uma fogueira, jogá-lo, e esperar que amoleça, derreta. "Sem agressões", foi o que o Lipe disse.

E a gente vai por aí, se apoiando um no outro, tu com teus problemas baixinhos e complicados e eu com meus problemas físico-químicos. A gente vai respirar novos ares, sei que vamos. Merecemos isso. A questão é se acostumar com o frio - estimulante na tua visão - e com a "selva de pedra". A vida de migrante nordestino não é fácil, eu sei, mas quem foi que disse que as coisas por aqui são minimamente menos complicadas? Espero que a Paulista seja perto da República..."

P.s: tudo bem, agora são três textos inspirados em ti, admito.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Difícil é admitir que se odeia
Difícil é admitir que se ama
Difícil é admitir que se odeia porque se ama
Ou quem se ama...

Nilson Carlos / Mariana de Castro

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Ah, esqueci de contar. A Cronicando ganhou um espaço só para ela! Agora os textos vão ficar mais organizados e com mais liberdade para postagens e comentários. é o meu outro blog, A Balcronista. Visitem e comentem, pessoal! Espero vocês.
Xeeero!

Nem importa


"Mas me diga moço, como é que eu vou conseguir esquecer se fiz questão de plantar um parte de ti em cada pedacinho da minha vida? Tu pula de dentro dos meus cadernos, livros, dos meus perfumes, das minhas roupas, fotos, tal qual erva daninha que desabrocha a verdade indubitável: eu não te esqueci.
Não faz assim, dói demais. Um amor delicado assim, perfumado assim, de cristal assim, não se joga fora, não se pisa, não se deixa ir embora. Amor é produto esgotado nas prateleiras por esses tempos; feliz quem tem o seu pra chamar de "meu", pra fazer dengo, cafuné, cócegas no pé.
Presta atenção, moço! Quando sair, vê se faz o favor de te levar contigo e não te esquecer mais dentro de mim..."

domingo, 12 de dezembro de 2010

Motivos pelos quais a vida não é uma bosta

Motivos pelos quais a vida NÃO é uma bosta:

  1. O Jude Law existe, e nós sempre podemos contar com o olhar sexy dele para nos arrancar da fossa. Ou nos afundar mais nela...
  2. Álvares de Azevedo existe, e a gente pode ler os poemas dele e perceber que existem outros doidos sonhadores e dramáticos como nós;
  3. A minha mãe existe, e eu sempre posso contar com ela pra fazer camarão pra mim na esperança de me alegrar um pouco;
  4. A minha irmã existe, e eu sempre posso fazê-la ter um ADP (ataque de pelanca) só por puro divertimento;
  5. A chuva existe, só para nos dar mais sono e nos incentivar a ficar de preguiça na cama;
  6. Renato Russo existe e é só ele que me entende do início ao fim;
  7. A minha cachorra existe, e eu posso fazer uma sessão de fotos divertidas com ela, afinal a dita cuja é muito mais fotogênica que eu (!);
  8. Sempre tem aquele miojo esquecido no fundo do armário e aquele resto de coca-cola na geladeira pra ajudar a alegrar o nosso dia;
  9. Tem o Natal e o fim de ano pra encher a nossa vida com o cheiro de comida quentinha, árvores de natal, enfeites mofados e com o delicioso e divertido ballet de luzinhas coloridas;
  10. Deus existe! E isso me basta!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Apoptose


O tipo "suicida emocional", sabe qual que é? Daqueles que fazem as próprias balas e vão enchendo o cartucho do revólver. Isso aí, a degradação moral ao alcance de um clique.

O tipo de louco que deixa tudo pronto para o próprio assassínio, caso bata a vontade, acabe o chocolate, ou a mente tenha necessidade.

Ah, mas isso é biologicamente natural, sabe? As nossas células fazem isso todo dia. Como é mesmo que chama? Ah, sim, apoptose!

Eu bem que tentei fugir, querido, mas era óbvio que eu não podia te contar da minha apoptose; porque é o que virá: uma morte programada, ensaiada, e com todas as variáveis friamente calculadas. Criminosa, ainda assim.

E se for mesmo pra rimar, pode vir que eu te canto uma canção de ninar, prometo só olhar, até te levo pra ouvir o mar! E aí? Agora quem pergunta sou eu: tá a fim de tentar?

p.s: Apoptose again

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Querida, cheguei!


Caramba! Finalmente em casa! Passei uma semana na "terra da garoa", curtindo novos ares, novas agonias, novos medos, novas experiências. Sabe, apesar do susto, tremelique, tremedeira, vontade insana de fazer xixi - efeitos colaterais de um vestiba super concorrido -, foi uma experiência super importante. Acho que agora eu sei onde quero ficar, o que realmente quero pra mim. Só essa certeza já faz qualquer coisa valer a pena, independente do resultado imediato. Hoje eu sei que não vou desistir, se não for pra agora, é pra amanhã, o importante é perseverar e confiar!"Quem tem um sonho não dança"! Ah! Retalhos da viagem:

Na porta da facul:
Gente, olha só que coisa linda: na porta dos locais de prova, ficam representantes de cursinhos e escolas distribuindo lanches, energéticos, mini revisões, pros alunos que vão fazer a prova. E "de grátis"! Cheguei lá pensando que precisava pagar e tal, aí o moço me deu uma sacolinha com biscoitos, chocolate, barrinha de cereal, salgadinhos e uma garrafa de energético. Quase que eu pergunto "sério? É de graça?". Ainda bem que eu não perguntei, já pensou? Toda matuta eu, nããã. Igualzinho a gente tem aqui em São Luís, né não? Haha

Em Sampa;
Rapaz, vida de migrante nordestino é uma tristeza, mesmo. A gente vai pra essas cidades só pra passar frio, deusquemelivre. Um frio de gelar os ossos e o povo falando "tá calor, né?". Aham, sei, tô tilintando os dentes porque é legal ¬¬*

Saguão do aeroporto, voltando pra casa:
*diálogo entre passageiro desesperado e atendente de companhia aérea*
-Moça, pelo amor de deus, eu só quero voltar pra casa!
-Senhor, o seu voo não tem previsão de partida, sinto muito.
-Não tem previsão de partida? Como assim não tem previsão? Tô aqui desde 5 hrs da tarde (era 10 e meia da noite) e você vem me dizer que o meu voo não tem previsão? Eu preciso chegar na minha casa agoooooora, minha senhora! Peloamordedeus, o que eu faço?
A atendente vira pro outro lado e começa a falar com outra pessoa
-Será que dava pra senhora me atender????!!!!! EU QUERO VOLTAR PRA MINHA CASA!!!!!
-Senhor, o senhor pode tentar relocar a sua passagem. Só passar no CCT, no andar de cima
-CCT? Que diabo é isso? abreviatura pra c*c*te? Isso aqui é uma m***********rda, uma M***************RDA!!!!!

Avião, de volta pra casa:
O pior voo da minha vida. Além de sair com quase uma hora de atraso, o tempo tava horrível. Chovendo muito, muitas nuvens, o avião balançava mais que vara verde e eu, claro, tremia junto. Como fiquei na poltrona ao lado da janela, dava pra ver toda a tempestade lá fora. Pensem no meu medo! O melhor era o passageiro da outra poltrona:
"Ah, agora é que ficou bom! Quando começa a balançar assim é que eu gosto, durmo rapidinho, parece que eu tô na minha rede! O quê? Cê tá com medo? (nããã, magina! É que eu tenho mal de Parkinson e fico tremendo, mesmo ¬¬). Não fica com medo, amiga; viajo toda semana, nunca caiu, não vai cair hoje. Se bem que eu queria viver uma experiência dessas, sabe? Deve ser emocionante! (ok, mas não hoje, tá bom? Não NESTE voo!). Cê quer gritar? Grita, chora, mas não vomita. Peloamordedeus, só não vomita! Quantos anos você tem?" "Tenho 17" Vira e cutuca a outra passageira: " Ah, ela só tem 17... Saudades dos meus 17, da minha cara cheia de espinhas..." Vira pra mim: "Tu não tá nem louca morrer com 17, benhê! Eu te mato! E deixa de coisa, vai ser o voo mais legal da tua vida." E foi mesmo, principalmente quando eu vi um monte de raio vermelho saindo das nuvens e a asa do avião balançando mais que folha de papel. Ah, e foi legal também na hora que ele virou na diagonal e eu pensei que fosse morrer. Adrenalina pura ¬¬

Bem, só alguns fragmentos da viagem. Graças a Deus já voltei pro meu "cariri"! E num legítimo pau-de-arara, que aquele avião sacolejava igualzinho, juro! (Se bem que eu nunca andei num pau-de-arara oO *coisa pra fazer antes de morrer*). Depois eu posto mais coisa inspirada nas ruas e becos de Sampa. XEEEEERO!