quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pseudo ultra-românticos

"E esse mix de lágrima, catarro e vômito me deixa bem menos bonita, não é verdade? É que eu não tenho saco - nem idade - pra amar com essa intensidade."

Toda vez que eu vejo um perfil com uma frase de Clarice Linspector ou de Caio Fernando Abreu, tenho vontade de dar um bicudo estilo Anderson Silva na criatura. Não pela qualidade dos escritores, e sim pelo naipe dos leitores, já que a maioria pegou aquilo no "Pensador" ou em alguma comunidade "Perfis prontos pra Orkut". Legal.

Essa enxurrada de guri metidos a poeta byroniano me incomada. Muito. Você não vai morrer de tuberculose aos 21 anos; vai no máximo pegar um resfriado, uma virose. Você não vai escrever um livro considerado clássico nacional ou internacional. Vai ter um blog - melhor que este, espero -, um tumblr ou um twitter. Ou os três, mas não o livro. Você não vai se embriagar de vinho e começar a declamar poesias em cima da mesa d'um bar. Vai beber cerveja, Ice, começar a cantar alguma música da Cláudia Leite e fazer bunda-lelê se achando o máximo.

Antes de virem com suas "alminhas" e "coraçõezinhos destroçados", antes de chegarem com "respostas indubitáveis" que te esperam em "esquinas gélidas", vá lavar uma louça, varrer uma casa, arrumar um quarto. Desligue o PC e vá ler um livro! Estude para o Enem! Você tem 17, 18, 19 anos e não foi aprovado em 9 vestibulares pra Medicina!!! Isso deve significar alguma coisa... Não sei não, mas pelo andar da carruagem, algo me diz que a próxima escola literária não sairá dessa geração. Chega de cosplay de Linspector ou de Álvares de Azevedo, ok? Beijos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário