quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sangue frio

Sangue frio. Eu preciso disso. Quando exposta a situações stressantes, a minha reação é sempre a mesma: ficar sem reação. Tipo ter aquele argumento crucial apenas 3 horas depois da discussão, travar, não conseguir dar aquele abraço que o coração tanto pede, mas que o cérebro tanto recusa. Tipo ver o cara que você gosta ficar olhando pra outra menina e ficar falando dela, e mesmo assim não conseguir esboçar nada além de um sorriso amarelo e uma cara de vômito. "O que foi? Aconteceu alguma coisa?" "Nada não, só tô com cólica...". O bom de ser mulher é isso. A gente sempre pode apelar para a TPM nestes momentos.

É nessas horas que eu me sinto criança, que eu queria ser uma mulher super bem resolvida e madura, não uma guria enjoada e mimizenta. Se bem que eu acho que devo ter a tal mulher dentro de mim, afinal, muitas das vezes não tenho paciência pras minhas próprias frescuras. Ou isso ou eu sou bipolar. Eu tô de saco cheio, meu Brasil! De saco cheio de estar de saco cheio, inclusive. De saco cheio de ficar construindo diálogos imaginários que eu sei que nunca terei coragem de executar, de saco cheio de ficar remelando pelos cantos, de saco cheio de ficar feito mosca morta vendo as pessoas indo embora e, por conta disso, sendo grossa com as que ainda ficaram. Dá licença, alguém poderia me mandar num SEDEX pra Sibéria? Grata.

Na época do Dostoiewski era tudo muito mais fácil. As mocinhas, quando muito "nervosas", tinham logo febre e ficavam dias de cama. Eram mimadas e paparicadas, recebiam cuidados médicos e coisa e tal. Eu não. Eu tenho que ser quase uma mulher maravilha, tenho que resolver problema, que pegar chuva, ônibus lotado, que aguentar o guri falando da outra no pé do meu ouvido, que admitir que o outro ainda não foi totalmente embora e que ainda me embrulha o estômago só pela simples menção do nome... E tudo isso sorrindo como se estivesse em comercial de pasta de dente. Esse século XXI não tá fácil, vou te contar!

E mesmo assim, mesmo com tudo isso, ainda acho que fico fazendo furacões em copinhos de café. Que não, no final é só frescura minha, e que eu tinha mais era que parar de lamuriação e procurar ver o que é ter problema de verdade. Resumindo, como minha mãe diz: tomar vergonha na cara. Quero um litro desse negócio aí, faz favor.

3 comentários:

  1. Oi mary querida...passa lá no teentação, temos uma surpresa para vc^^

    Bjôo

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  2. Vai ver justamente por a gente ter a mulher dentro da gente é que é legal ser assim tudo junto e misturado. Pensando bem, que graça tem sangue de uma temperatura só, ser a mesma todo dia?
    Quanto ao sorriso amarelo e à cara de vômito, tomara que passem...
    Valeu a visita no meu blog! Beijos.

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  3. também to precisando de um litro desse negócio aí...

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